Orientações sobre Profiling


Esta página contém traduções diretas do conteúdo disponível no site FHIR - R4B.

Profiles no contexto do HL7 FHIR são customizações dos recursos FHIR que definem como os dados de saúde devem ser representados e utilizados para atender a requisitos específicos de um determinado caso de uso, país, organização ou sistema. Os profiles permitem que desenvolvedores e implementadores adaptem os recursos padrão do FHIR para refletir particularidades locais, garantindo a interoperabilidade enquanto atendem a necessidades específicas.

Os profiles podem especificar restrições como:

cardinalidade

Quantas vezes um elemento pode ou deve aparecer.

restrições de valor

Conjunto permitido de valores para um elemento.

extensões

Adições de novos elementos para incluir informações não contempladas pelo recurso padrão.


Nas secções seguintes, estes conceitos serão detalhados para uma melhor compreensão e navegação nos Guias de Implementação estabelecidos pela SPMS.


Sobre a visualização


A tabela lógica de recursos FHIR é uma ferramenta que auxilia na compreensão da estrutura e organização dos componentes que constituem um profile. Esta tabela fornece uma visão detalhada dos componentes de cada recurso, incluindo os seus elementos, tipos, cardinalidade, descrições e restrições. Seguidamente apresenta-se um exemplo de uma tabela lógica e a descrição dos seus principais componentes:

resource-tree

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1. nomes dos elementos do recurso

Os nomes que terminam com [x] indicam que o elemento pode ser de um de vários tipos possíveis. Adicionalmente, esta coluna contém um ícone que denota o tipo do conteúdo. Os ícones são descritos em detalhes na Documentação do HL7.


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2. flags

Conjunto de informações que influencia a forma como os implementadores lidam com o elemento.


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3. cardinalidade

Os limites inferior e superior sobre a quantidade de vezes que este elemento pode aparecer no recurso. Será descrito na seção Cardinalidades.


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4. datatypes

O tipo do elemento. Para mais detalhes sobre cada tipo, consulte a página Datatypes.


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5. botão 'show common'

Apresenta ou oculta os elementos comuns a todos os recursos, como por exemplo os campos 'id', 'meta' e 'language'.


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6. botões 'diff', 'hybrid', 'snap'

Cada botão apresenta uma visualização diferente do recurso. O botão 'snap', snapshot, corresponde ao resultado final do profile; o botão 'diff', differential, apresenta apenas as mudanças feitas; e o botão 'hybrid' apresenta todos os campos do recurso base, indicando os que sofreram alteração.


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7. tags

Apresenta informações adicionais sobre o elemento, como a obrigatoriedade de um valor fixo (Fixed Value) ou o vínculo a uma terminologia específica (Binding).


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8. descrição

Informações adicionais sobre o elemento, como as definições, comentários, terminologias, restrições, entre outros.

Cardinalidades


No contexto do FHIR, a cardinalidade refere-se ao número mínimo e máximo de vezes que um elemento pode aparecer num recurso. Esse conceito é essencial para definir a obrigatoriedade e a multiplicidade dos dados. A cardinalidade é expressa como um intervalo, onde o primeiro número representa o limite inferior (mínimo) e o segundo número representa o limite superior (máximo), conforme abaixo:


1

mínimo

..
*

máximo

0
..
0
O elemento não deve constar no recurso
0
..
1
O elemento é opcional e pode aparecer no máximo uma vez
0
..
*
O elemento é opcional e pode aparecer quantas vezes forem necessárias
1
..
1
O elemento é obrigatório e deve aparecer exatamente uma vez
1
..
*
O elemento é obrigatório e deve aparecer pelo menos uma vez, podendo aparecer várias vezes

Slices


Slicing é a funcionalidade utilizada para definir diferentes conjuntos de regras ou restrições para várias ocorrências de um mesmo elemento dentro de um recurso FHIR. Ao invés de aplicar uma única regra para todas as ocorrências de um elemento repetido, o slicing permite especificar regras variadas para diferentes "fatias" do elemento.

Para mais informações sobre Slicing consultar Documentação do HL7 FHIR


Extensões


No contexto do HL7 FHIR, as extensões consistem em mecanismos que permitem a personalização e a expansão dos recursos FHIR, de forma a dar resposta a requisitos específicos que não estão contemplados nos recursos padrão.

Todas as extensões utilizadas nos casos de uso Portugueses podem ser encontrados na página Extensões, no menu Artefactos FHIR. Adicionalmente, em cada página específica dos profiles pode ser consultada a estrutura de cada profile, onde constam as extensões adicionadas.

Para mais informações sobre extensões, consulte https://hl7.org/fhir/R4/extensibility.html.


Must Support


Assinalado com S, esta flag difere da cardinalidade, estando relacionada com as capacidades e comportamentos dos sistemas emissor e receptor, indicando que, mesmo que o dado não seja obrigatório perante a cardinalidade, os sistemas envolvidos devem dar suportá-lo.

Nesse sentido, os sistemas devem ser capazes de manipular o elemento, o emissor da mensagem deve ser capaz de preencher e enviar o dado quando existir, e o receptor de dados deve aceitar o dado e armazená-lo corretamente.


Terminology Bindings


O uso de terminologias padronizadas para representação dos dados em saúde é um dos principais fatores que possibilita manter a interoperabilidade entre diferentes sistemas e contextos.

Para melhor compreensão sobre o uso de terminologias nas mensagens FHIR, é importante entender os conceitos que seguidamente descrevemos.


Uma vez que sejam determinados os Value Sets, eles podem ser vinculados aos elementos nos recursos FHIR. Dessa maneira, a mensagem deve respeitar o nível de restrição especificado entre o elemento e o ValueSet. O Binding pode variar conforme seu nível de restrição, recebendo um entre os seguintes tipos.
mail-icon
required

O elemento deve usar um código do Value Set especificado. Tipicamente os profiles definidos apresentam Binding required, de forma a garantir consistência e coerência Nacional. Qualquer necessidade de inclusão de novos termos deve ser solicitada ao CTC, através do email servicedesk@spms.min-saude.pt. O assunto do email deverá corresponder a 'Inclusão de Termos CTC - <nome do value set>'. No corpo do email deverá apresentar uma fundamentação para o termo a incluir e, caso aplicável, sugestão de termo codificado a incluir.

extensible

O elemento deve usar um código do Value Set se possível, mas outros códigos são permitidos se necessário.

preferred

O elemento deve preferencialmente utilizar um código do Value Set, mas não é obrigatório.

example

O Value Set apresenta códigos apenas para exemplo, mas outros códigos podem ser usados.

Conjunto de códigos que representam conceitos, e fornecem as descrições e significados, hierarquias e outras relações entre os códigos. Os Code Systems mais utilizados são criados e mantidos por organizações internacionais, como SNOMED CT e LOINC, mas também podem ser criados individualmente para representação em contextos específicos.
Conjunto de códigos que reúne valores para especificar quais dados são possíveis para um determinado contexto. Pode conter códigos de um ou mais Code Systems internos e externos, assim como também pode conter códigos que não pertencem a outros Code Systems, inseridos apenas para um determinado Valueset. A gestão dos Value Sets em Portugal é feita pelo CTC.

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